Casos Insólitos...

Deparámo-nos, neste momento, com um daqueles casos insólitos do futebol: o Paços de Ferreira está em terceiro lugar no campeonato português, melhor ainda, o Paços de Ferreira está em terceiro lugar no campeonato português com um futebol atrativo e de qualidade.
Muito sinceramente espero que esta onda de bom futebol se propague e continue... Está a tornar o campeonato português mais competitivo (à excepção dos dois gigantes portugueses).
Basta olhar para o Estoril, uma equipa recém promovida ao escalão principal, com uma identidade própria e com um espantoso 7º lugar.
Os tempos mudam e evoluem assim como a maneira de pensar dos treinadores... Reparem que tanto o treinador do Paços como o do Estoril são jovens, saíram há pouco tempo da sua formação e são notórias as diferenças entre a filosofia destes e a dos treinadores mais velhos.
Aprecio muito o Sr. Paulo Alves como pessoa e treinador mas a forma como esquematiza e escala a sua equipa parece um pouco "old school". Pouca mobilidade e irreverência... os jogadores mantêm-se solidários mas muito agarrados à tática delineada, como se pensassem que aquela é a única hipótese de conquistarem pontos, mas não é... Há equipas com discernimento suficiente para saberem quando devem respeitar a tática e quando devem extravasar para uma faceta mais espontânea...
O caso mais concreto, claro está, é o da equipa da Capital do Móvel. Uma equipa que com pouco, faz  muito... Vítor e Josué fazem as delícias de qualquer adepto no meio-campo, enquanto Cícero tem crescido e se tem revelado um ponta-de-lança de qualidade... Mas não é a qualidade individual que espanta, mas sim a forma como se movimentam em campo e causam desiquilíbrios através do colectivo...
Há cerca de duas semanas fui ver os escolinhas do Paços a jogar e fiquei boquiaberto... A competitividade e o ritmo que inserem no jogo com apenas 7/8 anos é de pasmar qualquer um!!! À entrada do recinto fica-se logo com uma ideia do que poderemos esperar, uma vez que " Por Paços, Esforço e Vitória"!!!
Comentem e sigam... :D
Se quiserem escrevam nos comentários algo ou alguém que queiram que eu comente e eu cá vou estar diariamente para mais uma gíria futebolística!

Futebol Clube do Porto e Sport Lisboa e Benfica: As Diferenças...

A classificação não mente: estas são as duas melhores equipas do campeonato português, embora com um desenho tático e uma filosofia de jogo completamente diferente...
A equipa de Jorge Jesus mantem-se igual a si mesma ao longo dos anos, desde que este se tornou treinador. Ou seja, futebol muito ofensivo com ataques sucessivos e uma pressão enorme no adversário. Contudo tem um problema grave, o qual Jesus ainda não consegui remediar.. As equipas denominadas "pequenas", quando em contra-ataque, a partir do momento em que conseguem passar a primeira linha de homens do Benfica, encontram um fosso enorme para explorar... Precisa de mais consistência e se optasse por uma tática de mais contenção na primeira fase de construção adversária, defensivamente tornava-se mais eficaz... Mas já ofensivamente, trata-se da melhor equipa a atuar em Portugal. A maneira como forçam as combinações nas linhas, a maneira como integra o avançado na jogada, a velocidade que consegue imprimir quando se solta  para o ataque... Tudo isto é realizado quase na perfeição... Em toda esta manobra destaca-se Matic, um Senhor jogador, que de forma imponente controla o meio-campo benfiquista fazendo esquecer por completo outro Senhor que por ali passou (Javi)...
Já o Porto detem um futebol ofensivo, mas este de posse e circulação à espera de um desiquilíbrio do adversário de forma a transformar a posse numa oportunidade de golo.
Nesta equipa é fácil ver quem se destaca... João Moutinho deve ser o centro-campista mais completo a atuar em Portugal nos últimos anos... Mas a este Porto falta qualquer coisa: falta um desiquilibrador que transforme a posse numa jogada de perigo. Varela não acrescenta nada de novo na equipa apenas dá continuidade à posse. Izmaylov é um jogador que, se jogasse no meio-campo dava mais de si à equipa. James está em baixo de forma, mas deve ser dos únicos que podem fazer o papel na perfeição.
Nota-se, acima de tudo, por parte de Vítor Pereira, uma tentativa de se manter fiel aos seus príncipios e à sua filosofia. Mas por vezes, quando não temos quem execute as tarefas, mudar não faz mal...
E aqui está a minha opinião... Deixem comentário se não concordarem com algo...
Até logo :D

Champions, Champions....

Nada melhor para começar um blog sobre futebol do que um Manchester United - Real Madrid quentinho...
O Man Utd partia para esta segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões com uma ligeira vantagem, é verdade... Mas o desfecho era de prever. O Real tem um ataque com muita qualidade e com muitas soluções e é muito raro ver esta equipa sem marcar golos, mas precisou de uma alavanca para trepar o muro impenetrável do Manchester.
O jogo começou quentinho, as bancadas cheias e um ambiente digno de uma fase final desta prova. O Real com muita posse e o Man Utd muito perspicaz...
Notava-se acima de tudo um grande trabalho de casa de ambos os treinadores e este ombro-a-ombro manteve-se até ao intervalo.
Ao intervalo as conclusões resumiam-se a um jogo Real Madrid - Barcelona, sendo que o Real encarnava nesta peça o corpo no inimigo nº1.
A segunda parte começa melhor para o United que faz um golo por intermédio de Sérgio Ramos (own goal) e a verdade é que a equipa parecia muito viva no jogo... Fergie aposta num bloco baixo, mas com uma rápida transição para o ataque... Mourinho parecia nervoso, talvez porque nunca imaginaria que a sua tática, nos jogos contra o Barça, desse frutos contra si mesmo.... O United parecia ter a partida controlada até que ao minuto 59, Cuneyt Çakir expulsa o luso Nani por interpretar que este agrediu Arbeloa, embora as imagens televisivas demonstrem uma certa casualidade no lance...
O jogo transfigura-se... Agora o Real domina por completo o jogo... A qualidade que até aqui parecia alheada, floresce como um jardim vistoso. O Real pressiona e Modric não falha. Aos 66 minutos recebe a redondinha fora da área tira um adversário do caminho e, acabado de entrar, empata o jogo em Old Trafford. Tudo parecia mais fácil para o Real e três minutos depois (sim três) fixa o resultado em 1-2...
O Manchester com menos um ganhou forças que pareciam impossíveis de arrecadar minutos antes e ainda tentou a reviravolta, mas Diego Lopez parecia agora ocupar a baliza toda...
Grande jogo, grande espectáculo, grande ambiente... Um jogo memorável, cheio de intensidade que dificilmente será ultrapassado em qualidade nesta edição da Champions...
De salientar ainda a relação de desportivismo e amizade entre os dois treinadores.
O Futebol é feito disto... Entusiasmo, Fair-Play, Intensidade...
Mas tal como no céu há umas estrelas que brilham mais!!!